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Atletas que querem melhorar performance devem fazer checkup nos olhos, alertam oftalmologistas

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) alerta: a prática de atividade física está

atrelada à saúde dos olhos, pois habilidades visuais são necessárias em diferentes

modalidades, agregando segurança e eficiência ao exercício. Por isso, a entidade lança

campanha para sensibilizar atletas (amadores e profissionais, treinadores, professores

e gestores) sobre a importância de exames preventivos na visão.

A iniciativa inclui a distribuição de material informativo em diferentes plataformas e a

realização de uma maratona educativa, no canal do CBO no YouTube. O evento online

acontece no dia 11 de fevereiro (sábado), a partir das 10 horas. Durante a programação,

serão exibidos depoimentos, palestras, debates, entrevistas e reportagens que ajudarão

o interessado a compreender melhor a relação entre esporte e saúde ocular.

Acesse www.visaonoesporte.com.br e confira mais detalhes no site oficial da campanha.

Para Cristiano Caixeta Umbelino, presidente do CBO, “as habilidades visuais devem ser

avaliadas com a ajuda do oftalmologista. Esse é o profissional mais capacitado para

lidar com a complexidade dos olhos, preparado para promover melhorias em

capacidades visuais úteis ao esporte, além de prever os riscos à visão durante a prática

das atividades físicas”, afirmou.

Habilidades visuais - A oftalmologia aplicada ao esporte é uma abordagem ligada à

medicina esportiva que surgiu para estimular as práticas por meio do aperfeiçoamento

das habilidades visuais. Para tanto, o conhecimento de processos visuais, motores e

neurológicos fazem do oftalmologista o profissional capacitado ao acompanhamento de

atletas de alta performance e de todos que se interessem por exercícios.

“A visão não está isolada do restante do corpo. É preciso saber interpretá-la como algo

complexo que nos informa sobre o que nos cerca. Além da perspectiva refrativa, ela

permite descobertas cognitivas que otimizarão as qualidades daqueles que buscam

melhores desempenhos”, disse o oftalmologista José Westphalen, responsável pelo

projeto “Oftalmologia Aplicada ao Esporte – Excelência em Medicina Esportiva”.

Westphalen destaca, ainda, que em avaliações direcionadas à prática esportiva é

importante conhecer bem as regras de cada modalidade e as demandas visuais de cada

uma. Por exemplo, em esportes de precisão visual para distância (tiro e arco e flecha),

a acuidade visual é fundamental, sendo necessária corrigir erros refrativos mínimos.

Outras capacidades visuais que também podem interferir na prática desportiva são

sensibilidade ao contraste; concentração visual; percepção de profundidade;

movimentos oculares; tempo de reação visual; visão periférica; visualização,

coordenação olho-mão-corpo; e memória visual. “Como um aluno que vai mal nas


provas, o atleta que não evolui pode estar repercutindo problemas visuais que

desconhece e são detectáveis em exames oftalmológicos”, alerta o especialista.

Movimento – A velocidade dita o desempenho em muitas modalidades esportivas, onde

milésimos de segundo definem um vencedor. Nesse cenário, a acuidade visual dinâmica

garante ações motoras rápidas e com resultados que acompanham o ritmo da partida.

Diferente da acuidade visual estática, comumente medida pelo teste de Snellen, a visão

dinâmica auxilia na tomada de decisões e aumenta a capacidade de resolver exigências,

como a necessidade de rastrear um objeto ou uma pessoa quando seu próprio corpo

também está em movimento.

Já a função oculomotora (habilidade visual relacionada aos movimentos oculares)

permite ao atleta em posição estática iniciar um movimento de perseguição preciso,

como na prática de tiro ao voo. Nessa e em diversas outras modalidades, a capacidade

de memória visual também se mostra fundamental para o bom desempenho.

Campo visual – Por sua vez, a extensão angular (amplitude) da visão humana recebe

estímulos que, muitas vezes, estão atrelados de forma indireta aos objetivos de

determinadas modalidades. Nesse sentido, algumas capacidades visuais assumem

papel importante para o desempenho do atleta.

Em esportes com bola, por exemplo, é comum que o jogador não olhe constantemente

para ela, mas se aproprie dos estímulos visuais no entorno para fazer o próximo passe.

O mesmo acontece com boxeadores, acostumados a não olhar para os punhos dos

adversários. Nesses casos, o oftalmologista pode ajudar a melhorar a capacidade de

estar ciente dos movimentos que acontecem na visão periférica do atleta.

“Quando a imagem chega aos olhos do esportista de forma incompleta, turva, com

deficiências, o cérebro ao processá-la demorará mais tempo para a tomada de decisão,

o que prejudica os movimentos de ação e reação”, explica Westphalen. Por exemplo, o

cuidado com a visão periférica pode, ainda, promover melhorias a outras habilidades

visuais, como o afinar o tempo de reação visual, aptidão muito utilizada por atletas que

precisam ter reações rápidas: goleiros, tenistas, boxeadores e muitos outros.

A sensibilidade do olho ao contraste e às cores é outra importante condição a ser

analisada pelos oftalmologistas dos atletas. Diferenças sutis em cores podem sofrer

influências da iluminação do espaço, como sombras e variações de tonalidades.

Segundo Westphalen, a deficiência no reconhecimento de cores pode, também,

prejudicar o reconhecimento dos uniformes e as bandeiras de sinalização.

“Durante nossa maratona online, vamos discutir esses e outros temas. Quem nos

acompanhar entenderá as habilidades treináveis ou aperfeiçoadas no CFM. Nesse

sentido, todo o esportista que busca a excelência na modalidade na qual está inserido,

bem como atletas amadores, vai entender que não deve negligenciar o exame

oftalmológico. Essa conscientização já faz muitos atletas, clubes e federações

procurarem pela realização de um check up oftalmológico em períodos pré-temporada,

ou mesmo antes de competições importantes”, finalizou o presidente Cristiano Caixeta

Umbelino.

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