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Enxergar bem reduz risco de acidentes durante a prática esportiva


Ao se preparar para uma atividade física, as pessoas costumam focar em algumas questões para garantir o melhor desempenho possível, como a roupa e os tênis mais adequados para a prática escolhida. Mas há um detalhe que muitas vezes fica de fora dessa equação e é decisivo em termos de segurança e performance: o cuidado com a visão.


Para aumentar a conscientização sobre esse assunto, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) está promovendo a campanha virtual Visão no Esporte. Como parte das ações, será possível acompanhar aulas e debates ao vivo com preparadores físicos, técnicos, médicos do esporte e oftalmologistas a partir das 10 horas do dia 11 de fevereiro.


“Até quem faz só caminhada no parque precisa enxergar bem para ter uma interpretação nítida do local e, assim, evitar quedas e torções”, explica o oftalmologista Cristiano Caixeta Umbelino, presidente do CBO. Nesses casos, óculos de grau usados no dia a dia tendem a dar conta do recado.


Conforme a prática esportiva fica mais complexa, as soluções podem ser personalizadas, considerando fatores como tipo de esporte, idade, adaptação ou não a lentes de contato e até a possibilidade de se submeter a uma cirurgia refrativa.


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Se você não curte muito as lentes de contato, mas gosta de esportes em grupo e de mais impacto (a exemplo de basquete ou vôlei), dá para investir em óculos de grau fabricados com plásticos de diferentes níveis de resistência.


Óculos especiais, com lentes diferentes

As lentes indicadas para esportes de mais impacto também têm particularidades: elas devem ser de policarbonato. Esse material é oito vezes mais forte do que outras composições. Para ter uma ideia, óculos normais possuem apenas 4 a 5% da resistência ao impacto oferecida pelo policarbonato de espessura comparável.


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A tonalidade da lente faz diferença. Ao ar livre, as cores cinza e verde colaboram para reduzir o cansaço visual. “Já quem apresenta baixa visão e fotofobia [sensibilidade aumentada à luz] deve optar por lentes com tons que proporcionem o aumento do contraste conforme a luz”, explica a oftalmologista Keila Monteiro de Carvalho, professora de oftalmologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)


Há cores para problemas mais específicos: laranja, âmbar e marrom são indicadas para os portadores de retinopatia diabética, neurites ópticas ou degeneração macular.


As lentes vermelhas devem ser utilizadas por quem possui um problema chamado degeneração de cones. “Já o amarelo transmite o máximo de luminosidade e facilita o contraste, sendo indicado para os casos de glaucoma, retinose pigmentar e retinopatia diabética”, orienta a oftalmologista da Unicamp.


Lentes de contato são opção

Para quem é usuário de lentes de contato, a recomendação da oftalmologista Helena Costa, do H.Olhos, da Vision One, é utilizar um óculos de proteção, mas sem grau.


Se o esporte escolhido for a natação, saiba que já existem óculos com grau próprios para a piscina. Também dá para recorrer a lentes de contato descartáveis.


Mais soluções em jogo

“Outra pedida para quem tem miopia é a ortoceratologia“, revela Helena. Trata-se de uma técnica baseada no uso de lentes corretivas especiais durante a noite. “Elas remodelam a córnea. No dia seguinte, a pessoa enxerga bem e não depende do acessório”, explica Helena. Só que o efeito se perde no fim dia. Aí, é preciso colocar as lentes novamente na próxima noite.


Na opinião de Helena, a decisão pela cirurgia também está mais simples. “Hoje, há exames complementares que permitem uma melhor triagem para definir quem pode se beneficiar do procedimento, reduzindo complicações”, conta.


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E nas atividades de menor impacto?

Quando se fala em exercícios que não exigem uma movimentação tão vigorosa, como musculação, ioga ou pilates, a avaliação sobre a necessidade de correção visual é mais pessoal.


“Se a pessoa não enxerga e sente incômodo ao usar óculos, dá para estudar uma armação específica para a prática escolhida ou adotar lentes”, recomenda Helena.


Atenção aos raios solares

Para quem faz corrida ou caminhada ao ar livre, não dá para ignorar o sol. Assim como a pele, os olhos sofrem com a exposição excessiva. Por isso, use óculos escuros que ofereçam proteção para raios UVA e UVB. Esse cuidado previne problemas em longo prazo, como a catarata e a degeneração macular.


Keila, da Unicamp, lembra que o calor intenso, a poluição e a secura do ar também podem prejudicar os olhos durante uma corrida.


Desempenho das crianças pode denunciar problemas de visão

Durante as atividades físicas na escola ou brincadeiras em casa, os pequenos muitas vezes dão sinais de que precisam de uma avaliação oftalmológica. Os adultos precisam ficar de olho.


Segundo Umbelino, quando a criança tem pouca noção de espaço, por exemplo, os pais podem desconfiar da necessidade de correção visual.


As soluções aqui não mudam muito em relação às que são oferecidas aos adultos. E, caso a dificuldade de enxergar não seja tão intensa, dá até para abandonar os óculos na hora dos exercícios.


Cabe destacar que, ao resolver essa questão, há benefícios em vários âmbitos, não só durante a atividade física: o desempenho na sala de aula melhora, a autoestima aumenta e há maior facilidade de socialização.


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