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Técnicos e médicos alertam: cuidar da visão é fundamental para bom desempenho em atividades físicas

Problemas de visão podem atrapalhar o desempenho de praticantes de atividades

físicas e de atletas de diferentes calibres (amadores e profissionais). A conclusão é de

preparadores físicos, técnicos e médicos do esporte. Segundo eles, problemas de

performance ou mesmo a dificuldade de introdução ao esporte podem ser um alerta

para mais atenção à saúde ocular. Para sensibilizar a população para essa realidade, o

Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) lança a campanha Visão no Esporte, que

traz inúmeros esclarecimentos sobre a relação entre atividade física e cuidados com os

olhos.

A iniciativa inclui a distribuição de material informativo em diferentes plataformas, além

da realização de uma maratona educativa, no canal do CBO, no YouTube. O evento

online acontece em 11 de fevereiro (sábado), a partir das 10 horas. Na programação,

serão exibidos depoimentos, palestras, debates, entrevistas e reportagens que ajudarão

o interessado a compreender melhor a relação entre esporte e saúde ocular.

Acesse www.visaonoesporte.com.br e confira mais detalhes no site oficial da campanha.

Especialistas no preparo e treinamento de atletas apoiam o projeto do CBO. Na

percepção desses profissionais, a saúde daqueles que praticam atividades físicas deve

ser considerada de forma integral, o que inclui os cuidados com a visão. Diante disso,

lembram que cada modalidade esportiva traz particularidades técnicas que podem

provocar questionamentos relacionados às condições de visão dos praticantes.

Protocolo - De acordo com Sérgio Campolina, Médico do Cruzeiro Esporte Clube e do

Sada Cruzeiro de Vôlei, a avaliação dos atletas (amadores ou profissionais) deve seguir

um protocolo cuidadoso para que todos os aspectos da saúde sejam considerados.


“Pequenos detalhes podem pesar no desempenho, tanto daqueles que almejam bem-

estar, como daqueles que querem resultados de performance. Nesse sentido, um perfil


de avaliação oftalmológica é fundamental”, comenta.

Na avaliação dos especialistas, problemas de acuidade visual costumam ser os mais

percebidos entre os esportistas. Os jogadores e competidores com erros refrativos

(miopia, astigmatismo, hipermetropia e presbiopia) precisam de acompanhamento

oftalmológico periódico, mas nem sempre sabem da sua condição.

“Em vários momentos vivenciei situações em que problemas visuais influenciaram

diretamente nos resultados. Certa vez, um dos atletas sob minha supervisão observou

uma perda em seu desempenho e que foram confirmados pelas estatísticas do time.

Por atuar em posição de defesa, o jogador tinha queixas relacionadas a bolas aéreas,

levantando a possibilidade de a dificuldade estar relacionada a iluminação da quadra”,

relata Campolina.


O médico detalhou que esse atleta, cujo nome mantém em sigilo, só conseguia enxergar

a bola quando já estava muito próxima, o que comprometia o tempo de reação em

campo. A suspeita de que a baixa no seu desempenho estaria relacionada a problemas

na visão foi constatada após ele ser encaminhado para uma avaliação oftalmológica,

onde foi diagnosticado um déficit visual considerável.

“Não foi um diagnóstico precoce, pelo contrário, o problema foi identificado durante um

campeonato. No entanto, com a orientação do oftalmologista, o atleta passou a utilizar

lentes corretivas associadas a óculos de proteção, sendo eleito o melhor jogador do

campeonato”, revela.

Dificuldades – Além da acuidade visual, outras habilidades que dependem dos olhos

podem ser comprometidas. Percepção de profundidade, tempo de reação visual e visão

periférica são exemplos de capacidades que podem ser reduzidas devido a problemas

nos olhos, gerando dificuldades em ações durante as partidas.

O tênis, por exemplo, é um esporte rápido, dinâmico e de muita precisão, o que exige

do atleta sua capacidade máxima de visão. Daniel Melo, treinador do campeão mundial

Marcelo Melo, explica que tenistas, principalmente aqueles que possuem erros

refrativos, devem cumprir um acompanhamento oftalmológico de forma periódica.

“A acuidade visual é essencial para distinguir altura, profundidade e velocidade da bola,

por isso, é fundamental estar com a saúde ocular em dia. Os tenistas com problemas

de visão podem adotar várias formas de correção visual, já acompanhei jogadores que

usam lentes ou realizaram cirurgias refrativas. Também é comum a utilização de óculos

escuros com grau para treinos e partidas sob o sol”, comenta o técnico.

O preparador físico Chriszogno Bastos, que também atua com jogadores profissionais

de tênis, assim como atletas de categorias de base e amadores nessa modalidade,

explica que as dificuldades expressas pelos atletas não podem ser ignoradas. “Quando

é pedido para o atleta executar uma tarefa simples e ele apresenta dificuldades para

executá-la, investigamos se existe algum problema. Às vezes, nem ele mesmo sabe,

mas pode estar com perda visual”, esclarece.

Programação – Esses e outros temas serão discutidos durante a maratona on-line, a

ser promovida pelo CBO, no dia 11 de fevereiro. Questões como primeiros socorros em

caso de trauma ocular, avaliação de atletas de alta performance e papel das equipes

multidisciplinares nesses atendimentos também serão analisados. A programação

contará com a presença de atletas, influenciadores e especialistas, reforçando a

importância da adesão aos hábitos saudáveis e dos cuidados com a visão durante a

prática de atividades físicas.

Para Cristiano Caixeta Umbelino, presidente do CBO, “os preparadores, técnicos e

médicos do esporte são importantes aliados dos oftalmologistas na melhoria da saúde

ocular dos atletas. No mesmo sentido, os educadores físicos costumam ser os primeiros

a perceberem as dificuldades do público que está se inserindo numa modalidade

esportiva, ou mesmo daqueles que buscam exercitar o corpo pelo bem da sua saúde”.

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